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Poesia
Nita Ferreira

Princesa bela
Habitava um castelo
E lugar mais belo
Não se podia encontrar
Sítio distante
Lá p´rós lados do levante
Tinha por jeito

Simplesmente sonhar
E o condão
De tocar o coração
Quando na flor da emoção
Deixava ao vento
Seu canto flutuar
Um certo dia
Questionada quem seria
Disse chamar-se Poesia
A princesa desse lugar
Fitou os olhos
De quem a questionava
E inquiriu
Vislumbrando neles fulgor
_Mas quem és tu
Que empreendes tal demanda?
_Chamo-me Amor
E tinha que te encontrar
Que esta missão 
Deus ma deu por tanto amar
A natureza
E no homem a beleza
E toda a cor interior...
E nesse momento imortal
Como raio fulminante
Feito notas de esplendor
Refulgiram novos mundos
Ecoaram sons e vozes
Fez-se osmose de encantar
Num poema que a rimar
Apaixonou corações
Estrelas brilharam
E quando os dois se beijaram
Vestiu-se a lua
Com radioso luar
Um turbilhão
Quanto fulgor e emoção
Na terra fez-se um festim
Flores floriram o jardim
E até no imenso mar
Houve marés de encantar
E ondas de largo abraçar
Areias de azul e ouro
Testemunharam o enlace
E nesse instante sem par 
O Amor e a Poesia
Decidiram
Um ao outro se entregar
Dias depois
Quando bem juntos os dois
Cúmplices  inebriados
Em magia e encantamento
Contou-lhe terno o Amor
Sussurrando aos seus cabelos
Num carinho tão penoso
Que teria de partir
Tinha o mundo
Inteiro p´ra cultivar
Sua semente p´ra lançar
Na alma de tanta gente
Mas prometeu
Sempre a ela retornar
E na doçura do seu peito
Sua alma aconchegar
Desde essa hora
Hora tão cheia e vazia
Alegre ou triste a poesia
Deixa o seu canto no ar
Busca sentido
Para o Amor assim nascido
Da largueza azul do céu
E das entranhas do mar
E não esquecido
Cada dia enaltecido
Pelas palavras
Da alma sempre a brotar
De quando em vez
Volta o amor ao seu lugar

E ambos riem
Dançam, amam e adormecem
E sentem que permanecem
Eternos no verbo amar
A Poesia
Vai narrando dia a dia
As penas e a valentia
Que o Amor tem que penar
E vai cantando
No peito o sol brilhando
Ou a noite escurecendo
Lágrimas no rosto correndo
Com vontade de gritar
E não se coíbe
Que nada à alma se proíbe
Quando ela quer falar
E lá vai singela
Seguindo a estrada da vida
Essa formosa mulher
Silhueta esguia e bela
Romântica e poderosa
Que enfrenta a guerra
Nunca querendo guerrear
Que a paz é o lema
Do seu peito em labor
E pelo Amor

Amante p´ra todo o sempre
Prepara o leito
Com linhos e fantasia
E laços de harmonia
Na torre do seu castelo
Lá onde habita
Ela, a formosa Poesia
Princesa de alma tão bela
Nesse encantado lugar
Misterioso e distante
Lá p’rós lados do levante
E que tem por jeito
…sonhar…

Meus anores,gostaria  de fechar este mes de Março com este lindo poema,que recebi desta poeta que  admiro com carinho:

Nita Ferreira.

31/03/2006

 

 


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